Corrida X Dor Cervical

Incômodos na região do pescoço ao correr é algo mais comum do que muitos imaginam. A principal causa do problema é o alto impacto da atividade física, que chega a ser em torno de três vezes seu peso corporal em pisos mais duros, como concreto e asfalto. Nesse cenário, se o atleta não usar um tênis com amortecimento adequado ou estiver com músculos fracos, a dor cervical pode ocorrer.

Como boa parte das lesões no esporte, para evitar o desconforto é fundamental trabalhar a musculatura do core, paravertebral e pélvica. Quando estão fortes, essas áreas ajudam a absorver o impacto e evitam uma sobrecarga na coluna, prevenindo dores. Outro fator importante para driblar o problema é manter a boa postura ao correr: a movimentação ritmada dos braços é fundamental para evitar a dor cervical (e ainda contribui com a performance). Além disso, tensionar a região do pescoço e correr como se estivesse “engessado”, carregar mochila mal posicionada nas costas e/ou muito pesada podem gerar o quadro doloroso.

Principais sintomas
A dor cervical pode ser constante ou intermitente. Ela tem origem nos músculos, nos nervos, nos ossos, nas articulações ou em outras estruturas da coluna vertebral. Aproximadamente 98% dos pacientes o desconforto são diagnosticados com “dor inespecífica aguda”, que não tem patologia grave. Porém, em alguns casos, este desconforto precisa ser olhado com mais cuidado e necessita de acompanhamento médico, principalmente se:

– A dor não ficar apenas na região do pescoço e se estender para um ou ambos os braços.
– Se houver perda de sensibilidade em uma ou mais regiões do braço durante a crise de dor.
– Trazer a sensação de formigamento e dor nos braços.
– Ser acompanhada de perda de força ou dificuldade para segurar objetos.

Como tratar
O tratamento é específico para cada paciente e vai desde a prescrição de anti-inflamatórios e fisioterapia até procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos. Revisar e avaliar a biomecânica da corrida para diagnosticar possíveis erros na movimentação dos braços também é indicado.

Dra. Ana Gandolfi (CRM/SP: 133.791)
Neurocirurgiã e especializada em lesões de cabeça e coluna relacionadas ao esporte

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